“Sempre eu existo, sempre eu brilho, jamais sou não-amado (por mim mesmo), portanto está estabelecido que sou aquele brahma, cuja natureza é Existência, Consciência, Plenitude.“
Advaita Makaranda, verso 2 – Tradução da professora Gloria Arieira
Da autoria de Śrī Lakṣmīdhara Kavi, o Advaita Makaranda é um dos mais belos textos sobre a não dualidade. O termo advaita significa não dualidade e makaranda é o mel, o néctar, algo que é doce, que nutre.
Quando a tradição védica ensina acerca do dharma, uma vida de valores, isso é fácil de compreender. Quando a tradição, por meio do vedānta, ensina sobre quem sou realmente, normalmente o conflito surge. Vedānta fala de mim mesmo como livre de limitação. Quer dizer, como assim? Isso é totalmente oposto à ideia que tenho de mim mesmo. Será que o vedānta está a falar de mim? Não, não pode estar a falar de mim. Eu não posso ser esse livre de limitação. A minha experiência é ahaṁ paricchinna, “eu sou limitado”. O vedānta diz aham brahmāsmi, “eu sou o livre de limitação”. Qual deles está certo?
Mesmo depois de ter escutado o ensinamento por muitos anos, uma dúvida pode persistir: sou realmente livre de limitação? Posso não ter dúvidas de que o vedānta revela aham brahmāsmi, mas é isso aceitável para mim? É essa a minha visão? Onde há dúvida, a investigação é necessária!
Assim, o Advaita Makaranda é um texto para esclarecer a dúvida se aham brahmāsmi é ou não impossível. Em apenas 28 versos o autor aborda de forma directa, clara e profunda os seguintes tópicos:
- Ātmā vicāra: o questionamento acerca da natureza real do indivíduo;
- Jīvātmā paramātmā aikyam: a identidade entre o indivíduo e o Todo;
- O requisito para que se dê o entendimento de jīvātmā paramātmā aikyam;
- O processo de mananam e a remoção de qualquer dúvida que coloque em causa “ahaṁ brahmāsmi”: eu sou brahman, o ilimitado;
- Estabelecimento da minha natureza real.
7 e 21 Janeiro
4 e 18 Fevereiro
90€ para alunos do Yoga Mandir*
120€ para não-alunos